Noutros tempos...

As Senhoras que queriam e precisavam de ajudar o magro orçamento que lhes entrava em casa tinham muita vez problemas que felizmente hoje não nos apoquentam.

A falta de aptidões escolares não as privava de tentarem rentabilizar os trabalhos que as suas habilidosas mãos conseguiam executar.

Tenho duas colegas que sempre me falaram dos lindos naperons que a mãe executava em papel para depois vender às fábricas das ameixas cristalizadas de Elvas e um dia, a mais nova resolveu fazer o que ela chamou da imitação grosseira dessas efémeras obras de arte em papel.

Embora ela a achasse grosseira eu achei-a linda e mandei-a emoldurar como podem ver na foto. O efeito pelo menos para mim foi muito "simpático".

Este ano o meu único aluno da Universidade que adora frequentar a feira de velharias do Pinhal Novo traz um alfarrábio de lá e ao abri-lo deixa cair uma espécie de bordado em papel onde o meu «olho» de artesã caiu imediatamente deslumbrado !

Quando o desdobrei saiu esta maravilha de verdadeiro naperon da época que me apressei a emoldurar antes que o ar o desfizesse.

Garanto-vos que é de papel e à minúcia que apresenta só pode ter sido recortado com uma tesoura das unhas. Mirem-se nesta maravilha!

Bjocas da 3a